Quando falamos sobre Maria de Nazaré, creio que em sua cabeça você consegue recordar três coisas importantes a partir desse nome. De início, a primeira lembrança que vem em sua mente é que Maria é a mãe de Jesus, nosso salvador. Depois, acredito que você se recorde da oração do terço e por fim, creio que você provavelmente pensa na oração da Ave-Maria.
Pois bem, hoje vamos te ajudar a entender da onde surgiu essa oração, qual é o seu significado e muitas outras coisas. Vamos juntos!
COMO A ORAÇÃO SURGIU?
A oração da Ave- Maria surgiu há muitos anos atrás, por isso é considerada uma das orações mais antigas e uma das mais pronunciadas pelos católicos.
Segundo as “Atas”, a oração surgiu em meados do século VII. Naquela época, os povos rezavam uma antífona (melodia curta) no momento do ofertório nas missas, que dizia: “Ave Maria, cheia de graça, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre”.
Após essa antífona, surgem as chamadas ladainhas, que são as orações formadas por invocações curtas a Jesus Cristo, à Virgem e aos santos. Dentre essas ladainhas, aparece a de Nossa Senhora que dizia: “Santa Maria, rogai por nós” trazendo o começo da segunda parte da oração da Ave- Maria que conhecemos hoje.
Foi somente no ano de 1189, que encontramos a primeira parte completa da Ave Maria. O fato aconteceu em Paris, introduzindo “O Senhor está convosco e no fim Jesus, alterando a oração para: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Em 1569, com a reforma do breviário (livro com os orações que os sacerdotes devem ler todos os dias) de São Pio V, no qual o Papa exige a oração da Ave-Maria depois do Pai-Nosso, finalmente completou toda a oração.
Parece tudo muito confuso, mas calma que vamos entender cada parte dessa maravilhosa oração.
EXPLICAÇÃO DA ORAÇÃO AVE-MARIA
Cada palavra pronunciada na oração tem um significado e uma origem da própria palavra de Deus. Para te ajudar a entender, utilizamos a explicação da Canção Nova.
“Ave, cheia de graça”
Na Anunciação, o Anjo a saudou: “Ave, cheia de graça”. Maria foi a única que achou graça diante de Deus, porque foi a única “concebida sem o pecado original”. Nas aparições a Santa Catarina Labouré, na França, em 1830, ela pediu que fosse cunhada o que ficou sendo chamada de “Medalha milagrosa”. Em letras de ouro, Catarina viu escrita a bela frase: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!”.
O Senhor é convosco
“O Senhor é convosco”, disse-lhe o Arcanjo Gabriel. Maria tem uma intimidade profunda com Deus. Diz o nosso Catecismo que “desde toda eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, ‘uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria‘ (Lc 1,26-27)”. Ela é Filha do Pai, é a Mãe do Filho, e é a Esposa do Espírito Santo. Está em plena unidade com a Santíssima Trindade. Numa única mulher Deus tem Mãe, Filha e Esposa.
Bendita entre todas as mulheres
“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). Foi assim que Santa Isabel saudou a Virgem, “em alta voz” e “cheia do Espírito Santo”. E o menino João Batista estremeceu em seu seio. Isabel deixou claro por que Maria é “bendita entre todas as mulheres”: “Donde me vem a honra de vir a mim a Mãe do meu Senhor?” (v.43). E Isabel completa: “Bem-aventurada és tu que creste (…)” (v.44).
O bendito fruto do seu ventre é o próprio Deus, Filho de Deus, encarnado em seu seio virginal: Jesus. Ela é a Mãe de Deus. Quando o herege Nestório, patriarca de Constantinopla, quis negar essa verdade, o povo se revoltou, e o Concílio de Niceia, em 431, confirmou a maternidade divina de Maria: (Theotókos). “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48), por isso, a piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão.
Santa Maria, Mãe de Deus
O que não consegue a Mãe do Altíssimo? O que não pode conseguir, diante do trono da graça, aquela que é Sua Mãe, Esposa e Filha? O milagre das Bodas de Caná (João 2) diz tudo, mostra o grande poder intercessor da Mãe diante do Filho. Por isso, a Igreja sempre nos ensinou: “Peça à Mãe que o Filho atende!”. O bom filho nada nega à sua mãe, por isso São Bernardo de Claraval, doutor da Igreja, a chamava de “Onipotência suplicante”. Consegue tudo, por graça, o que Deus pode por natureza.
Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte
E nós pecadores lhe imploramos: “Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte”. Consegue do Rei os grandes benefícios aqueles que estão perto d’Ele, aqueles que têm intimidade com Ele. Quem mais do que Maria tem intimidade com Deus? Quantas pessoas me pedem para mediar um pedido junto ao fundador da Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, porque sabem que tenho intimidade com ele! O mesmo acontece com Deus. Esse é o poder da intercessão.
A Mãe Santíssima diante do seu Filho roga por nós sem cessar. Disse o Concílio Vaticano II, que “assunta aos céus (…), por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (…) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora e medianeira.” (n.969).
“A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (…) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, baseia-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força.” (n.970)
A nossa Mãe roga por nós a cada momento, mesmo que não tenhamos consciência disso; especialmente protege aqueles que lhe são consagrados fervorosamente. De modo especial, defende-nos na hora da morte. Quantas almas a Virgem Maria salva na hora da morte! Especialmente aqueles que lhe são consagrados.
São Bernardo dizia que não é possível que se perca um bom filho de Maria. Por isso, pedimos insistentemente que ela rogue por nós, sobretudo na hora decisiva de nossa morte. Quando rezamos o Santo Rosário, a ela oferecemos rosas espirituais, que ela leva a Deus por nós. Ela não as retém para si, pois o rosário é a meditação de toda a vida de Jesus Cristo, nosso Senhor.
MÚSICA
Abaixo, trouxemos para você uma música mariana para você contemplar mais a mãe de Deus. Aproveite e reflita sobre o que ensinamos hoje aqui.
Espero que você tenha entendido o significado de cada trecho e agora reze ainda mais essa belíssima oração. Aproveite para compartilhar com os seus amigos para que possam conhecer ainda mais da tradição católica. Um grande abraço, fique com Deus! Paz de Jesus e o amor de Maria!
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